segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Ansiedade


Aí, ansiedade que me mata, que me rasga, que me consome até os fios do cabelo...
Que me deixa sem fôlego...
Noites mal dormidas, calafrios, corpo em fogo...
Dor no estômago, garganta seca, lábios ressecados... Unhas tão roídas que nem o toco sobra... Retíra-lhe o sangue, a pele, a cutílica...
Pernas trêmulas, caminhada acelerada...
Respiração ofegante... sorriso sem graça... amarelo
Pele viçosa, com brilho, bochechas vermelhas... A bolsa, as chaves, os óculos, os cabelos esvoaçantes... Tudo tem que caber nas 24 horas... Por isso corro de mais... sofro demais... para chegar mais rápido, mais longe... mais tranquilo... com tempo de sobra...
Está chegando... vai chegar... hoje? Amanhã? Na próxima semana? Quando? Onde? Agora?Já?!
Vai chegar... vai chegar... eu sei que vai chegar, mas tenho que me controlar... tudo tem seu tempo, sua hora... mas pra mim tudo foi há um mês... preciso correr cada vez mais longe!
Mas pra quê tanta pressa?

Enquanto isso... meu corpo fala por si só... na verdade, ele obedece, responde, acata... todos os comandos da mente... Reclama dos meus abusos e desleixos... abusos em tudo e não vou entrar em detalhes... por que sou chegada a uns exageros... não vale confessar... segredo de Estado!

Por isso preciso respirar, gritar de vez em quando, até chorar para liberar a tensão! Depois me recomponho, como se nada tivesse acontecido...
Tomo uma água gelada, daquelas que dói a garganta e me acalmo... Se bem que continuo a contar os dias, as horas, os minutos e os segundos... o que está em jogo é a surpresa, a novidade, o desconhecido, o estranho. Por mim ainda está valendo!
Só que quando chega o tão esperado momento, o instante ... para mim já perdeu a graça... tem que ter uma nova história, deixou de ser novidade.

Passou a ansiedade... não tem mais dor nem tensão... simplesmente acabou... então acabou!
É difícil sair do padrão, da rotina, do roteiro, da zona de conforto, daquilo que nos assegura, que nos dar chão, mas de vez quando mudar as regras do jogo é tão bom... me faz tão bem... me deixa tão corada, juvenil... persona alegre, feliz...

Tento manter o controle, a serenidade, o equilíbrio... mas é bom sentir esse frio na barriga, aquele que faz gelar até a espinha... deixa os olhinhos brilhantes e mãozinhas nervosas

Acho que no fundo gosto dessa ansiedade que me faz sofrer de curiosidade... acho que é isso que faz a diferença da minha vida... Ansiosa para viver tudo tão intenso, tudo tão meu do meu jeito... discreto, virginiano, mas inteiro, por completo... ansioso pra ontem... exagerado...trágico... mas ansioso para hoje, para amanhã e para os que virá!


Texto: Sori

5 comentários:

  1. tb goste da ansiedade que precede algo novo e muito esperado!
    vai valer a pena toda a sua ansiedade!
    bjo

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  2. Amiga, fiquei confusa, preocupada e grata por eu não ser o único ser ansioso desse mundo.
    bj

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  3. Kkkkkkkkkkkkk... somos mulheres desesperadas pela vida!!! Ops... preciso correr.... hehehehehhe... Beijo nas duas!!!

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  4. O bom da ansiedade é que quando ela passa você percebe que sobreviveu a ela. Não sabe como, mas sobreviveu. Pro bem ou pro mal.
    A única constante sobre a ansiedade é que ela sempre volta. Sempre!
    E faço minhas as palavras da Tatiana: sobre não ser o único ser ansioso desse mundo. Saber que existem mais pessoas assim não resolve nada - mas alivia muito!

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  5. Lila, seja bem vida ao mundo das ansiosas, hihihihihi... obrigada por visitar este espaço! Será bem vinda sempre!!! Abraços!

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