terça-feira, 20 de abril de 2010

Campeã dos micos!

Ontem foi o dia daqueles... Acordei com o barulho do despertador se acabando de tocar, Leo aos berros me cutucando para eu não perder a hora, minha sogra a cantarolar na varanda e um eco vinha aos meus ouvidos como se um trompete estivesse tocando dentro da minha cabeça... ah, começar o dia assim... tem é história! Vi logo que o dia não seria fácil. Minha sogra não parava de falar do casamento de minha cunhada, para onde eu ia ela ia junto a contar pela milésima vez como será a tão esperada festa, falava sobre os convites, o vestido, os guardanapos... eu só fazia aquele costumeiro, ram-ram, ou o monossilábico sim e não, às vezes arriscava um talvez. Eu estava no corre-corre entre me arrumar, tomar café, conferir toda a papelada para reunião que seria às nove e ainda ter que cumprir a escutátoria matinal, já vi tudo, acabaria esquecendo algo, pior é que eu nunca lembro o quê esqueci affff! Só lembro que esqueci alguma coisa e pronto, quando acho que vou lembrar, já foi tarde. Ah, essa agonia matinal me mata e a cabeça então... Ave maria, só vivo esquecendo tudo até do que comi horas antes! Tá demais! Mas enfim, fui eu corrida para o trabalho, a reunião estava marcada para às nove, como de praxe cheguei antes para não chegar atrasada, odeio me atrasar. Gosto de me preparar para o dia, relaxar, respirar fundo antes de dar a primeira largada. O dia prometia que ia ser intenso, reuniões e mapeamentos para entregar, eu não ia parar um segundo, previ. A reunião não começou no horário previsto, atrasou uma hora e meia e quando resolveu começar... já havia se passado mais vinte minutos. Reunião rolando, explicações dos técnicos para equipe e logo-logo, uns benditos começaram a se manifestar, o povo não queria mais parar de falar, uma briga de egos tão descabida e minha barriga a roncar. Já passava do meio-dia e o povo se mantia naquele furdunço. E a discussão não saía do lugar. Não aguentei pedi licença e me retirei... precisava comerrrrr, meu almoço é sagrado e para mim barriga vazia não pára em pé. Acho que para todo mundo, menos para aqueles benditos! Não consigo pensar com fome, fui logo almoçar. Saí para o almoço e enfrentei todos os engarrafamentostos possíveis, os impossíveis ficaram para volta. Cheguei do almoço às 15:00 horas, morta de vergonha e toda desesperada achando que a reunião de quinta tinha sido transferida para segunda... aí aí, coisinha de meu deus, ô cabecinha de vento! Tinha que esquecer mesmo, mas até aí tudo bem... Cheguei tarde mesmo, bastava apenas justificar e pronto. Trabalhei que nem um burro de carga, tentei adiantar ao máximo meus projetos, as pendências, muitas, as do trabalho adiantei ao máximo, mas as da pesquisa... aff, vamos mudar de assunto, por favor... Mas como eu estava falando, a tarde para contriar todas as outras tardes foi fugaz, quando olhei para o relógio o ponteiro marcava 17: 45, meu deus, pensei: - a palestra da Maíra está marcada para as 18:30 na LDM e agora josé? Tem que dar tempo para eu chegar!! Chamei por todos os santos, deuses, orixás, até por buda eu chamei, mas faltava ainda eu converir 4 cds para as análises das estações pluviométricas e minha chefe aguardava ansiosa por minhas informações. Respirei fundo e conferir cd por cd, um por um, cuidadosamente... consegui as benditas informações! Êba!!! Consegui! Tudo certo, olhei para relógio, nãooooooooooo já eram 18:00 e agora? Fiquei nervosa!!! Prometi a Mai que faria as fotos do evento e agora? E agora? Putz... só me resta correr. Pedi uma carona para minha chefe, porque de carro eu iria cortar caminho e ganhar tempo... fiquei mais calma porque ia dá tudo certo. Quando chegamos ao rio vermelho, um diacho de uma obra criava mais um longo engarrafamento desde o largo da mariquita, tudo para atrapalhar minha vida!!! Não acreditoooooo, eu pensei alto!!! Minha chefe sem entender bulhufas porque eu falava sozinha; eu resmungava baixo, quer dizer, eu achava que estava baixo, enfim corri. Peguei o primeiro lapa que apareceu nem observei se aceitava vale transporte, só sei que entrei ainda bem que havia alguns trocados no bolso da calça. Fui com o coração na mão. Olha, nessa hora achei que o ônibus ia bater, sério mesmo, porque o motorista corria, mais corria, mais corria tanto que eu cogitei vagamente de que ele havia lido meus pensamentos, se bem que eu prefiro chegar viva, do que morrer toda esfacelada! Bom, acho que o motorista também estava com pressa, vou perdoar dessa vez! Entre fechadas e barbeiragens, cheguei a lapa a correr desesperadamente pelos corredores do shopping piedade. Só pensava, vai dá, vai ter que dá e vai dá mesmo assim... Continuava pensando, atrasou, atrasou e atrasou e pronto! O povo olhava para minha cara assustada, a correr pela piedade... cabelos desgranhados e a cara toda vermelha!!!! Corre morena, que vai dá, gritou um âmbulante da barraquinha!!! Acho que eles pensavam:- é maluca gente, deixa pra lá! Mas eu continuei a correr e ao avistar as lojas todas fechadas... Bateu aquela frustação de não ter pedido a minha chefe para sair mais cedo. Agora pensem, como eu fico se cheguei atrasadona do almoço, que dilema!!! Bom, caminhei mais devagar, apesar de manter os passos longos, cheguei a porta da livraria que se encontrava fechada. Eram 19:00 e o evento estava marcado para às 18:30. Olhei pelo vidro, bati na porta, gritei, fiquei que nem uma maluca tentando dar um jeito para o que não tinha jeito. Achei que poderia mudar a situação... os transeuntes me olhavam com uma cara de dó, só vocês vendo! Poxa gente minha cara era tão desoladora, que uma senhora com jeitinho bem extravagante se aproximou ao ver meu desespero e disse: - Fia já fechô! Ninguém vai te atendê, vá imbora! Olhei para aquela senhora, arrisquei um sorriso amarelo, sem graça e gentilmente a agradeci. Respirei fundo e fui embora com aquela sensação que desistir é muito difícil, ao menos para mim. Segundo o aurélio significa: não insistir, não querer continuar, abster-se, o que para mim é quase impossível porque ainda acredito que vale a pena tentar mesmo que seja até o último instante. Até a próxima meus caros!

Texto: Soraia Monteiro

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Não me imponha o que você sabe;
quero explorar o desconhecido,
e ser a origem das minhas próprias descobertas.
Que o seu saber seja minha liberdade, não minha escravidão.
O mundo de sua verdade pode ser minha limitação;
sua sabedoria, minha negação.
Não me instrua; vamos caminhar juntos.
Deixe que minha riqueza comece onde a sua termina.
Mostre-se a mim, de maneira que eu possa
subir em cima dos seus ombros, e ver mais longe.
Revele-se para que eu possa ser alguma coisa diferente.
Você crê que todo ser humano pode amar e criar;
Compreendo, por isso, seu medo,
quando lhe peço que deixe-me viver de acordo com minha sabedoria.
Você nunca saberá quem eu sou,
se escutar apenas a si mesmo.
Não me instrua; deixe-me ser;
seu fracasso é que eu seja idêntico a você.

(Humberto Maturana)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

TeM que ser ELEGANTE, viu!!!!


Então é o seguinte, seu eu contar uma história sobre uma situação inusitada vocês vão rir? Vão rir mesmo? Verdade? Então tá, eu conto! Porque contos sobre situações adversas pode ter certeza que uma delas é uma autobiografia, entendeu? Pois, pois... Certa vez fazer cara de paisagem foi a coisa mais brilhante, que uma pessoa pôde pensar em curtos segundos. Então, pois pois... Era uma tal de olhar para o lado, para o outro, para cima, para baixo,assoviar, riso amarelo e palavras entrecortadas a voar para além, arriscando justificativas sem justificação e ninguém a se importar. Naquele momento, a explicação era a válvula de escape para tamanha vergonha que a falta de atenção provoca nas pessoas. Ponto cheio e o desespero começa, muita chuva, sons de buzinas desatadas a soar sem parar, carros apressados, elouquecidos conduzidos por motoristas desvairados, acreditados na pressa como condução mais rápida para seus caminhos; pedrestres molhados em pontos apertados disputando um pouco de espaço no ponto projetado para o verão europeu, ou melhor francês; e eis que surge aquela... A iena saltitande com seu guarda-chuva perambulante a brincar com a chuva. Não havia como esconder o sorriso, pois hoje, o dia, quer dizer a volta era de carona. Ela não conseguia esconder tamanha felicidade... Era demais para um dia de chuva... voltar com conforto de uma automóvel particular e de quebra uma companhia agradável, uma conversa fiada a mais para matar o tempo não é coisa ruim para ninguém. Era só esperar alguns minutos e pronto, lá estaria ela, confortável, aconchegante em um automóvel de passeio. Olhou para o relógio e avistou o carro, achou tão rápido a chegada que não quis saber de nada. Lá foi ela toda elegante de saltos, altos por sinal, arriscando os primeiros passos de mulher elegante, que quando acha que é gente fina... Já caiu do salto; antes fosse isso, a jovem moça começa a levantar os braços atordoados postando sinal sem obter resposta. Lá foi ela sem entender nada, insistiu novamente, pois o sinal de comando não estava resolvendo. O carro apressado não atendia seu chamado e ela com vai raiva a correr atrás do carro. Já estava até ensaiando uma boa bronca, mas foi lá abrir a porta do carro já com o olhar de compaixão pedindo perdão pela raiva desnecessária. Não poderia sentir tamanha agonia. Aproximou-se do carro ergueu as mãos para frente tentando abrir a porta e eis que surge uma mulher... de cara fechada e olhar penetrante, sem entender nada da tal maluquice que aquela mulher que se achava elegante prestava-se na frente carro,ou pior; na frente de um ponto de ônibus lotado a emanar uma sucessão de gargalhadas em uníssino em alto e bom som... era demais para um só dia... Coitadinha, lhe restou a cara de paisagem, que com grande talento e sem perder a elegância proferia sucessivas justificativas, culpando a cabeça, o dia-a-dia, a vida corrida, em detrimento dessa tal distração.

Texto: Soraia Monteiro

Palestra: O clima em Copenhague e depois

19 de abril de 2010 – 18:30
Maíra Azevedo - Bióloga

O clima em Copenhague e depois
Para maiores detalhes, ver o resumo mais abaixo.
O Café Científico é um local em que qualquer pessoa pode discutir desenvolvimentos recentes das várias ciências e seus impactos sociais. Ele oferece uma oportunidade para que cientistas e o público em geral se encontrem face a face para discutir questões científicas, numa atmosfera agradável. O evento é inteiramente gratuito e não necessita de inscrição. O local é a LDM - Livraria Multicampi, na Rua Direita da Piedade, 20, Piedade. O Café Científico ocorre na segunda semana de cada mês, sempre às segundas-feiras, às 18:30 horas. O telefone da livraria é (71)2101-8000. Informações podem ser conseguidas também no telefone (71) 3283-6568.Maiores informações sobre o café científico de Salvador podem ser encontradas em http://cafecientificossa.blogspot.com/
Informações gerais sobre a iniciativa dos Cafés Científicos podem ser conseguidas no seguinte sítio: http://www.cafescientifique.org/.
Comissão Organizadora do Café Científico:Charbel Niño El-Hani (Instituto de Biologia, UFBA. Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências, UFBA/UEFS. Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Biomonitoramento, UFBA), Primo Maldonado (LDM), Luana Maldonado (LDM), Marcello Soares (LDM), Fabiano de Souza Vieira (Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências, UFBA/UEFS), Liziane Martins (Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências, UFBA/UEFS), Nei de Freitas Nunes Neto (Instituto de Biologia, UFBA), Sidarta Rodrigues (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, UFBA), Valter Alves Pereira (Colégio da Polícia Militar. Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências, UFBA/UEFS), Vanessa Carvalho dos Santos (Instituto de Biologia, UFBA), Anna Cassia Sarmento (Colégio da Polícia Militar), Yupanqui Julho Muñoz (Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências, UFBA/UEFS.

O Clima em Copenhague e depois
Maíra Azevêdo, Bióloga

Um panorama sobre as discussões, encaminhamentos e possibilidades que vão se desenhando a respeito dos efeitos da ação humana sobre o clima do planeta e os efeitos das alterações climáticas na vida humana. Os Fóruns Climáticos pontuam a construção de um caminho, mas a ausência de uma posição arrojada por parte dos governos não condiz com a urgência exigida pela situação. Como a sociedade civil vem se organizando para mostrar seu posicionamento e levar novas idéias aos tomadores de decisão do mundo.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Coração de munDÃO

Coração e alma andam sempre juntos como se um fosse uma coisa só... coisa qualquer, qualquer coisa
Lado a lado caminham inseparéveis desesperados por aconchego
Por que a todos pertencem e tudo são... qualquer... coisa qualquer
Água de cheiro, flores no altar, enfeite no cabelo
Coração mulher, moleque, inquieto tende a ser curioso, às vezes passivo
A prosa é de quem que transforma torpes emoções em grandes conflitos
Coração que há tantos hormônios lhe ateram os sentidos e ciclos mensais
Quereres diversos, palavras sobre atropelos, risos incessantes, choradeiras desatadas, ritos de passagem para fase da loba, da onça, da tigresa...
Há tantos bichos não contemplam tal natureza, incostante, de bicho qualquer...
Coisa de bicho diferente que mexe com os nervos atordoados, a flor da pele
Pele de flor, cheiro de aniz, lábios vermelhos
Tão feminino este coração se traveste de colorido para caber tudo numa coisa só
A alma não! Veste-se de carmim para atrair os dias de luar com caça farta e noite intermináveis
Coração não quer sossego, a alma não quer descanso
Quer logo vadiar, vestir sandálias douradas e colocar a fantasia
Samba, multidão, alegria desvairada...
Confusão, novidade, batucada e alegoria...
Nada de barriga vazia... Tudo aos montes...
Corpo colado, beijo molhado, abraço apertado, tudo junto, nunca separado.

Texto: Soraia Monteiro

Saudades

Amigo secreto das panteras, dezembro de 2009.

Saudades das gargalhadas, das resenhas, das maluquices, do carinho... Ah, minhas queridas o tempo passa tão rápido que os dias passam apressados... Fica no coração as lembranças e a doçura de ser amigo.

Um beijo bem grandão em todas!

domingo, 11 de abril de 2010

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Todo mundo odeia o Chris...


... Quer dizer, menos eu , hihihihiih...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Tempos de CHUVA...

Chuvinha de abril, teimosa, insistente afunda a capital soteropilitana em caos... Prenúncios de um outono molhado! Chuva frontal daquelas que te deixa todo ensopado, o corpo gelado e o bico do peito arrepiado. Poças e lamas retratam a cidade que em dias de chuva não consegue se conter. Buracos tomam toda cidade adquirindo extensões assustadoras sem grandes soluções... a cidade fica orfã de pai e mãe. O lixo vai junto a correnteza... a água busca caminhos para seguir e cumprir sua função... infiltrar nas raízes das plantas, perfilar as encostas, alimentar lençóis freáticos, os animais, os vegetais... dar a vida a quem precisa, sobretudo permitir a continuidade do seu ciclo. Embora aqui o ciclo venha se quebrando há muito tempo... solo nu, exposto, sem cor... sem plantas nem raízes... há somente uma água que escoa sobre as encostas sedimentares de Salvador... Levando muito lixo e muita dor. Encostas estas, habitadas por pessoas pobres que por falta de opção se arriscam em áreas de risco. Seres que temem a previsão de mais chuva porque talvez naquele dia, o dia vire noite e a casa não seja mais casa. A chuva para estes seres não tem muita graça, pois não traz notícia boa não. Há somente a dor, a saudade, o silêncio e muito lamento. Só se vê gente chorando dizendo:- Lembra de seu fulando? Morreu junto com a casa. Quem será da próxima vez? Eu aqui do alto vejo um céu nublado, cinza, sem vida... Vejo pessoas passarem apressadas com seus guarda-chuvas a tira colo... carros, buzinas, extensos engarrafamentos... Vejo corpos contidos, cobertos e em movimento... Aflição ao olhar esta paisagem através da janela... Aflição de sentir um fervor que me toma repentinamente os sentidos... Queria estar na chuva... Brincar, bailar, molhar meu corpo com essa chuva de outono... Limpar a alma... Tomar banho de chuva como se tivesse acordado de um sonho molhado... Por que não é uma chuva qualquer é uma chuva de outuno que nos acompanha na manhã de quinta-feira... embora saiba que a minha estupidez me fez pensar em beleza e poesia... A sonhar com um banho de chuva e a cidade a borbulhar em problemas... em desgraças... só queria dar a chuva um pouco de beleza, mesmo que a tristeza acompanhe as notícias da cidade... Não podemos culpar a chuva, devemos brigar por uma cidade mais justa, em quê as histórias trágicas sobre tempos de chuvas não sejam mais capas de jornais, apenas lembranças amargas que não queremos reviver.
Texto: Soraia Monteiro

domingo, 4 de abril de 2010

Guerra ao Horror

Lamento aos que gostaram, mas o filme guerra ao terror me parece uma planfletagem cinematográfia! Sim, senhores... assistir este filme que vos falo me custou horas, minutos e segundos de muita angústia! Sofri, mas aguentei até o final... Queria superar o meu próprio limite, pois o filme é lento, tem um roteiro sem graça e uma história nada surpreendente... Somente faz auto-promoção para indústria bélica americana... Alguma dúvida? Se algúem tem creio que isto seja grave, porque engolir a velha história de que soldados americanos ocupam países como Afegaganistão, Irã, Iraque, Paquistão para lhes dar a tal liberdade ocidental é mais uma piada sem gosto que cansamos de ouvir e que muitos de nós aceita como um axioma. Então, pouco me importa se Kathryn Bigelow foi a primeira mulher a ganhar um troféu para direção de um longa metragem, o que muda? Nada! Mais um filme publicitário sobre a guerra, neste caso ao terror temido pelos norte- americanos, bom enfatizar. Isso não nos é desconhecido, mas o cinema há muito tempo atende a política de guerra. Como veículo de informação ele pode traduzir o pensamento do grupo que o financia, assim como, neste caso do qual teço algumas críticas. Vejamos, a arte cinematográfica da Alemanha nazista (1933-1945) utilizada para a propagar o regime nazista e utilzado como uma arma vital na dominação do governo sobre seu povo. O cinema foi significativo ao atigir o imaginário da população refletindo hábitos positivos sobre o regime, seja por meio da ordem ou da informação. Tudo foi calculado, planejado, intencionalizado e os cineastas da época foram brilhantes. A escolha de cada cena atendia a um propósito tendo o jogo de luzes e sombras a seu favor, os planos, os movimentos de câmara e os ângulos de tomada, o uso de recursos técnico-artísticos como a cenografia, a fotografia, o vestuário, a decoração, a música, a dança, a pintura e os truques, eram feitos com excelência; adequados para divertir o público, as grandes massas e, ao mesmo tempo, propagar o sentimento nacionalista e o heroísmo. Mexer com o sentimento nacionalista foi um grande trunfo, ainda mais para a Alemanha, naquele período. Por isso, os temas eram trabalhados de forma que atendesse as expectativas do povo, ou seja, que o inconsciente alemão achasse natural o arianismo, a pureza de sangue e a superioridade da raça. Para isso Hitler não teve limites... Sua figura era exposta como o messias, o salvador das massas oprimidas, visto sempre do alto em cenários suntuosos lhes dando a idéia de heróico, forte e sublime. Assim, ficava mais fácil dominar o povo... através de slogns estereótipados carregados por ideais dogmáticos. Não fica difícil entender por que Hiltler convidou a atriz Marlene Dietrich para protaginozar filmes pró-nazistas, embora a mesma tenha recusado o convite. Era preciso alcançar as massas a qualquer custo! E o que vemos em guerra ao terror é algo muito parecido... É a tecnologia dando o ar de sua graça, em favor do poderio belíco e a "sutileza" americana que em prol da salvação combate o terror. Novamente as imagens me veem a mente, mais mensagens e o filme volta a rodar... Carregado de ideais, significados e intencionalidades... Nada é novo!Precisei ir muito longe para fundamentar meu posicionamento, pois somente desta forma estarei segura de que não estou fazendo a crítica pela crítica, mas sim uma reflexão pertinente ao tema e aberta para discussão!
Texto: Soraia Monteiro
Abraços saudosos em todos e tenham uma boa páscoa!