Sentei em frente ao computador com a necessidade de quem quer encontrar com as palavras... Por um instante lembrei-me da importância de relatar as coisas, de transcrever meus sentimentos, minhas lembranças, compartilhar todas essas sensações para que não sejam jamais esquecidas, pois a mémória é falha! Nunca mais tinha sentido essa sensação de relatar as coisas por meio de palavras escritas. Assumo que gosto do cheiro do papel, das canetas, mas em contato com essa"modernidade" uso e abuso das ferramentas produzidas pela tecnologia. Está sendo divertido, o diferente é que estou mais exposta, estou nua, todos podem ler o que escrevo, por isso estou sujeita a críticas. O que por um lado é bom, pois vivencio a exposição e o olhar do outro. Permito a troca e exercito cada vez a minha escrita. Tinha esquecido como era bom o encontro com as palavras... De saciar a língua portuguesa, atualmente tão maltratada. Logo, veio a minha memória um exercício antes praticado diariamente... Era um momento só meu, era eu e o meu diário, o meu pequeno diário cor de rosa. Não sou muito chegada a cor de rosa, mas aquele diário foi um presente de minha mãe. Recordo-me dela falando do diário da Anne Frank. A menina judia, trancafiada em um porrão em decorrência ao Holocausto. Minha mãe contava esta história e me dizia sobre a importância de ser ter as lembrancas, os acontecimentos relatados em um espaço somente meu. Era o meu pequeno mundinho infantil, com formas de gente grande... Criei gosto e escrevia com vontade, religiosamente. Tinha um cadeado e suas chaves ficavam escondidas em uma caixinha. Ninguém sabia desse meu esconderijo secreto... Uma caixinha... Hihihihhiih... Jamais minha mãe poderia saber das artimanhas de uma menina de onze anos. Por isso a caixinha era secreta... Quer dizer, ao menos eu achava que era secreta, pois minha irmã havia descoberto a chave. Relevem, eu era apenas uma criança... Mas aquele era meu mundo, onde eu podia refugiar as minhas mágoas infantis. E agora estou eu aqui expondo tudo isso, sem um pingo de secredo. Sem pudor de ser julgada de boba ou tôla, por está contando para vocês sobre a importância de escrever o que se pensa que simplismente escrevo... Compartilho com vocês algumas lembranças, liberto-me para os meus leitores, amigos ou desconhecidos. Simplismente compartilho. Boa viagem!
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