segunda-feira, 19 de abril de 2010

Não me imponha o que você sabe;
quero explorar o desconhecido,
e ser a origem das minhas próprias descobertas.
Que o seu saber seja minha liberdade, não minha escravidão.
O mundo de sua verdade pode ser minha limitação;
sua sabedoria, minha negação.
Não me instrua; vamos caminhar juntos.
Deixe que minha riqueza comece onde a sua termina.
Mostre-se a mim, de maneira que eu possa
subir em cima dos seus ombros, e ver mais longe.
Revele-se para que eu possa ser alguma coisa diferente.
Você crê que todo ser humano pode amar e criar;
Compreendo, por isso, seu medo,
quando lhe peço que deixe-me viver de acordo com minha sabedoria.
Você nunca saberá quem eu sou,
se escutar apenas a si mesmo.
Não me instrua; deixe-me ser;
seu fracasso é que eu seja idêntico a você.

(Humberto Maturana)

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